segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Linguagem amorosa


Recuso-me a ser a ser
o objeto direto deste texto amoroso.
Não quero ser apenas sujeito
nem tampouco agente da passiva.

Não quero relações de orações subordinadas,
ainda que substantivas,
pois estão fadadas a uma eterna dependência
de sujeitos ou complementos.

Se formos orações coordenadas sindéticas,
ainda que aditivas,
podemos nos cansar das conjunções.

Quero uma relação
de orações coordenadas assindéticas.
Cada qual como seu próprio sujeito,
com seu tempo verbal e seus complementos,
numa relação justaposta.

Não deixemos que termos acessórios
sejam parte do nosso texto.
Escolhamos a linguagem direta,
composta apenas pelos termos essenciais!

Perderemos o lirismo,
até mesmo a poesia!
Mas nunca cairemos no risco
da prolixidade!

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