segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Amor a-fixo


Decassílabos heroicos perfeitos seriam
se houvesse uma narrativa épica,
seguido por uma elegia
para alguma tristeza neste cantar.

Um madrigal utilizaria se fostes uma bela mulher.
Para embalar nossos bebês: um acalanto.

Expressaria todo meu amor em um soneto.
Mas depois de Camões e Vinicius
poderia cair em repetição:
Pois que seja eterno enquanto dure.
Sem amor eu nada seria.

Em uma quadra encontraria
a rima do nosso compasso.
A simplicidade necessária em um haicai.

Mas este nosso romance
de fixo nada tem.
Não há neste amor simetria
nem rimas ricas, quanto menos as pobres.
Há somente corações apaixonadamente líricos.

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