quinta-feira, 23 de junho de 2011

Retrato

              Inspirações Cecilianas

Eu não tinha
esse rosto tão triste
o olhar tão cansado
medidas tão largas
cabelos tão brancos.

Eu não tinha
tanta saudade no peito
um olhar tão vazio.

Não tinha tanto receio
tantos pudores
tão poucos amores.

Meu lar

Estou em casa
quando sou envolvida por teus braços
sentindo teu cheiro
teu sabor
tocando teus cachos.

Me encontro em ti
sabes meus medos
meus sonhos.

Conheces meus segredos
meu lado perverso
o lado negro
escondido do restante do mundo
desvendado unicamente por ti.

Negações

Não
Não estou em casa.
Não moro em canto algum.
Não há nada que me prenda.

Não
Não há quem me espere no fim do dia.
Não há quem eu queira ver.
Não há quem eu ame.

Não
Não há sentimento.
Não há sentido.
Não há rumo certo.

Não
Não quero trocas.
Não quero recordações.
Não quero o passado.

Quero unicamente o agora!

Mereço?

Mereço?
Que invadas meus sonhos
e alimente meu desejo.

Mereço?
Teus olhares provocadores
e toques sutilmente sedutores.

Mereço?
Que não compreendas
que serás sempre um amante
em busca de novas aventuras.
Que tua rebeldia é apenas um disfarce,
e que teus cabelos de anjo te entregam.

Mereço?
Mereces?
Ah! Sim... Merecemos.

Sede

Sede, boca, sussurro
Palavras, boca, boca, bocas
Unem-se e entendem
No calar o que apenas
Palavras não dizem

Sede, desejo, corpo
Mão, mãos, pele, pelos
Gotas, suor, ofegação

Corpos que falam
A linguagem muda
Que apenas os corpos
Entendem
Que apenas a emoção
Domina

Razão não há
Há unicamente desejo
E corpos que se
Entendem silenciosamente

Um em dois

Amar-te-ei puramente
Porque o quero
Egoisticamente como aquele que
Completar-me-á

Unir-me-ei a ti
A teu sexo
A teu desejo
Ao teu
Ao meu amor

Amar-nos-emos perplexamente
Pornocausticamente
Seremos puros
Tornar-nos-emos dois, um
um em dois, que se completam
ternamente.

sábado, 18 de junho de 2011

Os braços de Morfeu


Vou para os braços de Morfeu
que me espera todas as noites,
em lugares indistintos
e muitas vezes impensado.

Teu manto me espera ávido
e não luto contra teu abraço.
Ele me acalenta e me leva
a passeios inimagináveis.

Com Morfeu alço vôos.
Volto a ser criança.
Viajo em lembranças
ou a lugares nunca dantes visitados.

Levaremos da vida


Levaremos da vida
o cheiro de mato,
os sorrisos achados,
os olhares trocados.

Levaremos da vida
os prazeres,
os desejos,
os amores.

Levaremos da vida
a vontade de viver intensamente,
sem medo do amanhã

Levaremos da vida
o que construirmos
em nossos corações.

sábado, 11 de junho de 2011

Certamente, perdidos!


Não me proponho a entender-te.
Não me coloco a tua disposição.
Não quero ouvir teus medos
nem saber de tuas angustias.

Não sou quem mudará o que és.
Não sou quem serás capaz de compreender-te.

Estou perdida
e perdidos não indicam caminhos.
Perdidos perdem-se juntos,
riem juntos em ruas desconhecidas.

Perdidos procuram apenas
o que nem sabem se vão encontrar.
Querem novos lugares
para perderem-se novamente.
Possuem apenas a certeza
de não estar em nenhum lugar.

Apenas uma conversa


Tua voz apossou-se de todo o espaço
entre o sol e o núcleo terrestre.
Apossou-se de cada partícula
que compunha minha capacidade auditiva.

Teu olhar cativante prendeu a atenção
que antes estava perdida
entre a vergonha,
a gagueira
e o medo.

Explicaste o início,
o meio,
mas ainda não chegamos ao fim.

Há muito para ser dito.
Há muito para mudar.
Há muito para fazer.
Faremos juntos,
unidos mudaremos o mundo.

Acredito em tuas palavras.
Acredito em tua vontade.
Porque acredito em teu caráter.
Porque acredito em você.