Na janela do terceiro andar
há um casal brigando.
No segundo um solitário assiste futebol,
embriagando-se.
A janela à esquerda revela uma silhueta feminina
dolorosamente nua.
Do quarto posso ver o mar.
Da lavanderia crianças brincam brigando
e brigam brincando.
Gosto mesmo é da sala.
De lá vejo enamorados amando-se
e amantes enamorando-se
enquanto espreguiço-me no sofá.
Voyeurismo?
Eu chamo curiosidade.
Janelas são portas abertas
ao mundo do alheio.
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