Quando olho dentro de mim
 vejo a escuridão da minha mente.
 Vejo os medos que tenho.
 Posso ouvir o barulho do mar e sentir seu cheiro.
 Posso sentir os cheiros...
 de terra molhada e manga verde.
 Papel velho, suor e perfume doce.
 Doce de leite no fogo.
 Angu, mato molhado e milho verde.
 Todos cheiros de uma infância feliz e triste
 perdida entre o se perder e se achar
 de dois adultos que nunca se encontraram.
 Quando olho dentro de mim vejo
 a persistência de quem quis  
 ir atrás de seus ideais.
 Vejo as dores e as cicatrizes
 de inúmeros fracassos e derrotas.
 Vejo a dificuldade de esquecer os laços rompidos.
 Vejo tanta coisa e não vejo nada
 pois há somente o extremo vazio que me consome.
 Porém, no fundo vejo  
 a enorme esperança
 de preenchê-lo,  
 de amar
 de ser feliz
 de esquecer para sempre o passado.
 Por os olhos no futuro
 e viver intensamente o presente.
... Simplesmente ... lindoh!
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