domingo, 9 de janeiro de 2011

Lembranças


Quando olho dentro de mim
vejo a escuridão da minha mente.
Vejo os medos que tenho.
Posso ouvir o barulho do mar e sentir seu cheiro.

Posso sentir os cheiros...
de terra molhada e manga verde.
Papel velho, suor e perfume doce.
Doce de leite no fogo.
Angu, mato molhado e milho verde.
Todos cheiros de uma infância feliz e triste
perdida entre o se perder e se achar
de dois adultos que nunca se encontraram.

Quando olho dentro de mim vejo
a persistência de quem quis
ir atrás de seus ideais.
Vejo as dores e as cicatrizes
de inúmeros fracassos e derrotas.
Vejo a dificuldade de esquecer os laços rompidos.

Vejo tanta coisa e não vejo nada
pois há somente o extremo vazio que me consome.

Porém, no fundo vejo
a enorme esperança
de preenchê-lo,
de amar
de ser feliz
de esquecer para sempre o passado.
Por os olhos no futuro
e viver intensamente o presente.

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