Pequena homenagem ao poeta Edgar Izarelli
Palavras despudoradas
abandonam ao poeta sem ao
menos dizer adeus.
Correm pelos corredores de
sua mente
sem permitir que as agarre.
Escondem-se, cansadas que
estão
do uso e desuso que as
escraviza.
Passam a ser letras perdidas
nas folhas em branco.
O poeta em desespero revira
os dicionários,
as enciclopédias e até os
receituários.
Corre pela cidade a
procurá-las.
Até o psicólogo intervém.
Mas as palavras resistem
e o poeta abandonado afinal
desiste.
E no silêncio de si mesmo
encontra uma palavra perdida.
Uma segunda acena ao longe.
E aos poucos, cheias de
inspiração,
elas voltam ao papel
e o poeta recria seu mundo.
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