Recrio-te em minha frente, com perfeição inimaginável.
 Inspiro demoradamente o aroma que é teu.
 Desmancho em meus dedos, um a um, teus caracóis
 e conversamos, longamente, sobre tantos assuntos.
 Entre sorrisos e afagos, timidamente meigos,
 contas-me como foi o teu dia.
 Recrias as histórias de reis e imperadores
 e as reconta magicamente.
 Mas, nossas longas conversas  
 são apenas monólogos sem fim.
 Ocorrem unicamente em minha mente.
 Não me contastes o que fizestes,
 nem tampouco teus medos, receios
 ou teus antigos amores.
 Sei apenas que fazes parte dos meus sonhos,
 que te fantasio a cada anoitecer
 e espero, silenciosamente,
 que nossos monólogos se tornem
 conversas sem fim.
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