Quanto de minhas palavras amargas engolirei
 antes de morrer envenenada?
 Quanto sou capaz de suportar?
 Quanto sou capaz de abandonar?
 Quero sentir a leveza de ombros
 que não encaram o mundo
 suportando toda a culpa do universo.
 Quero sentir minha voz ecoando
 o canto de uma liberdade
 que não será a escolha de qual caixa habitarei.
 Quero liberar palavras de amor e conforto
 antes de me sentir sufocada
                              pela minha própria existência.
 Apenas acreditar que posso liberar
 todo o peso de dores  
          acumuladas em uma vida inteira.
 Apenas apagar
         cada cicatriz.
 Mas não sou capaz de ver
 as trancadas em meu peito.
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